Nesta sexta-feira, a EDUCAFRO Brasil, organização da sociedade civil reconhecida pela Organização dos Estados Americanos (OEA), ajuizou uma Ação Civil Pública contra a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a Confederação Sul-Americana de Futebol (CONMEBOL). A iniciativa busca a responsabilização das duas entidades pela omissão sistemática no combate ao racismo que atinge o futebol brasileiro e sul-americano.
A ação também destaca uma declaração considerada racista do presidente da CONMEBOL, Alejandro Domínguez, como evidência da postura permissiva da entidade diante da discriminação racial.
De acordo com a EDUCAFRO, CBF e CONMEBOL têm se mostrado coniventes e negligentes, adotando punições brandas e ineficazes, incapazes de prevenir ou reprimir atos racistas nos estádios e fora deles.
Entre os casos mencionados na ação está o episódio de Luighi Hanri Sousa Santos, atleta da equipe sub-20 do Palmeiras, vítima de insultos raciais durante partida da Libertadores Sub-20. A violência sofrida por Luighi expõe, mais uma vez, o ambiente tóxico e impune que ainda domina o futebol sul-americano.
“Não podemos tolerar que o racismo continue a manchar o futebol brasileiro e sul-americano”, afirma o Dr. Sandro Luís Silva Santos, coordenador jurídico da EDUCAFRO Brasil.
Para o diretor executivo da ONG, Frei David Santos OFM, a responsabilidade é clara:
“A CBF tem sido omissa na qualificação do combate antirracista. Entendemos que todas as entidades filiadas à CONMEBOL compartilham a responsabilidade pelas suas ações ou omissões. Como o racismo tem ocorrido de forma recorrente e sistemática, estamos convictos de que a CBF deve ser responsabilizada e reparar os danos causados.”
A EDUCAFRO requer que as entidades sejam condenadas ao pagamento de indenização por danos morais coletivos no valor de R$ 750 milhões, o equivalente a 20% do faturamento bruto anual das instituições, com destinação ao Fundo de Reconstituição dos Bens Lesados. A ação também exige que a CONMEBOL estabeleça representação legal no Brasil, para garantir maior controle e responsabilização de suas condutas no território nacional.